Acredito que viajar é pousar, durante um período, em novos espaços e, depois, arrancar um pedacinho desse território para nós. A cada andança, há um suspiro de vida, uma transformação de pensamento, mesmo que pequena, um conflito entre o velho e o novo, que pode já ser o “velho” para muita gente.

E o que seria de nós sem as viagens? Sem uma história para contar? Um amigo de outro país ou estado que fala, se comporta e vê o mundo de uma forma diferente da nossa? O que seria de nós sem os amores de viagens? As paisagens? E as lembranças desse outro mundo que está bem do lado do nosso?

O engraçado é que as viagens mostram que não somos tão diferentes assim. Temos motivações e sonhos similares. Temos sede de vida, por isso, estamos lá, procurando. Em busca daquilo que não vivemos ainda.

Queria dizer que deixamos também um pedaço de nós nos lugares, mas só deixamos nas pessoas. Essas sim vão lembrar de nós por anos ou por alguns meses e levar um sorriso no rosto ou um aperto no coração, motivados por uma lembrança positiva ou negativa.

Gosto de pensar nas conexões que as viagens fazem para nós e como elas podem nos mudar e mudar as nossas vidas. Será que há uma razão para essas conexões?  Devemos cruzar o caminho de alguém para aprender ou viver mais coisas com essa pessoa?

Não consigo responder. Só consigo entender que se você está aberto a viver essas conexões, de alguma forma, elas nos levam ao destino que desejamos. A cada conversa com um desconhecido de uma viagem, presto atenção no que ele diz. Quem sabe, assim meio sem querer, ele me dê a resposta que tanto procuro.